sábado, 16 de junho de 2012

As árvores também choram, irmão

As árvores também choram, irmão,
Acariciadas pelo vento as folhas que rodopiam
Num bailado de Isadora,
Serenas e sublimes de beleza calva e crua
Também elas contam uma história de outrora.
Na morte lenta do Outono a esperança nua
de reconciliação, de um sorriso na tristeza que pressentia
A leveza indizível do espírito nas asas de um anjo,
A inevitável separação de todos os ausentes.
Não te vou dizer
Como sofri ao ver-te morrer
E como ainda sofro
Todos os dias
 tão longe e tão perto de ti.
A tua voz muda as nossas almas unia
De céu e espanto
E nunca a palavra foi tão plena no silêncio
Das mãos entrelaçadas.

MariaJB

quinta-feira, 14 de junho de 2012

...

Magnifico e poderoso
Ergues-te no porto da minha alma
Sem medo e arrojado
Confundes os deuses
O imenso poder das ondas vivas,
Repentinas,  sobre os teus pés
De bronze fundido quebradas.
És um colosso
Espelho do sol que te presta tributo
Sem  penas, sem luto.

MariaJB

sábado, 9 de junho de 2012

....



Heil Hitler! tocavam as concertinas do aprendizado mental…

… e  os cães esfaimados e nervosos,
farejavam esperança e terror,
as estrelas brancas e puras.
Cada criança uma flor
à terra oferecida nas madrugadas nuas,  
com que lágrimas,
com que dor?

MariaJB

domingo, 3 de junho de 2012

Mar passional

Mar que te cumpres onda após onda
E em cada uma ostentas um arco pujante
Uma abóboda branca que à terra oculta o horizonte
Tanta é a grandeza escandalosa de vida e morte
És luz e treva,  água e sangue
E assim vens e vais continuamente
Passional
Nas asas de uma gaivota
Enquanto a terra chora fado e sorte

MariaJB