sábado, 16 de junho de 2012

As árvores também choram, irmão

As árvores também choram, irmão,
Acariciadas pelo vento as folhas que rodopiam
Num bailado de Isadora,
Serenas e sublimes de beleza calva e crua
Também elas contam uma história de outrora.
Na morte lenta do Outono a esperança nua
de reconciliação, de um sorriso na tristeza que pressentia
A leveza indizível do espírito nas asas de um anjo,
A inevitável separação de todos os ausentes.
Não te vou dizer
Como sofri ao ver-te morrer
E como ainda sofro
Todos os dias
 tão longe e tão perto de ti.
A tua voz muda as nossas almas unia
De céu e espanto
E nunca a palavra foi tão plena no silêncio
Das mãos entrelaçadas.

MariaJB

4 comentários:

  1. "Não te vou dizer
    Como sofri ao ver-te morrer
    E como ainda sofro
    Todos os dias
    tão longe e tão perto de ti."
    Choramos de pé pelos mortos...
    Magnífico poema. Gostei imenso.
    Maria, tem um bom fim de semana.
    Beijo.

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  2. Melancólico e pessimista, o que me faz lembrar o romantismo e, sinceramente, eu adoro.

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  3. Maria, com poemas destes espero que nunca silencies as tuas palavras.
    Bjs.

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  4. Ao Nilson, ao Michel e à Teresa um abraço e obrigada pelas palavras.

    MariaJB

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