segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Um dia vou morrer

Um dia vou morrer e morre a voz, o cheiro
o gosto, o sabor de todos os pecados,
o meu sentimento inteiro
um dia vou morrer e nasce a noite plena e feroz
no Vale dos Ventos onde não há risos, nem meninos
nem mar, nem predicado, nem Deus
é a minha vida, é a minha morte, é Minos
é o furacão que me sacode os músculos, os ossos
que me sorve a alma, o sangue, o íntimo absoluto
a paixão...

MariaJB

5 comentários:

  1. Bom dia. É um livro fabuloso e instingante, por mais horror que nos transmita em algumas passagens ("um soberano deve ser mais temido do que amado"). Sobre Vinícius, é o poeta do amor apaixonado. Ele viveu tão intensamente e tanto doou que se transformou num mito. Que bom que tenha gostado. Vou lhe mandar mais poesias, se náo se importa.

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  2. Hoje enquanto estava sózinha no meu canto a ouvir música, pensei na sua resposta sobre o livro “O Príncipe” de Maquiavel. Para quem não leu a obra, a frase “Um soberano deve ser mais temido do que amado”resume-a. Literalmente é essa a mensagem.Mas quem é temido seguramente está só, não lhe parece?
    Lembrei-me de um livro que todos conhecemos pela pequena grande maravilha que é.
    Um livro que nos fala de solidão quando nos fechamos para o mundo, para os outros, da infância, da criança que todos temos dentro de nós, de paz. Uma história que apela aos valores enquanto o outro à falta deles.
    Sei que é um perfeito disparate, mas não lhe parece interessante que essa história maravilhosa se chame “O Pequeno Príncipe”?

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  3. Bom dia. Li sim o Pequeno Príncipe. Lembro, como passagens mais marcantes, a crítica que faz ao adultos em sempre lembrar os números ("que idade tem seu amigo?") e a necessidade de que o amigo seja pontual. Sempre deve se manifestar em horários certos, a fim de que o coração esteja preparado. Por ser de fácil leitura e compreensão, foi considerado pejorativamente como "O livro das misses".
    Bom, sobre mim, ainda me recupero de uma pequena cirurgia, mas nada que me impeça de escrever essas mal traçadas linhas. Aos poucos, vou recuperando a normalidade.

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  4. P.S:

    Timidez

    Basta-me um pequeno gesto,
    feito de longe e de leve,
    para que venhas comigo
    e eu para sempre te leve...
    - mas só esse eu não farei.

    Uma palavra caída
    das montanhas dos instantes
    desmancha todos os mares
    e une as terras distantes...
    - palavras que não direi.

    Para que tu me adivinhes,
    entre os ventos taciturnos,
    apago meus pensamentos,
    ponhos vestidos noturnos,
    - que amargamente inventei.

    E, enquanto não me descobres,
    os mundos vão nevegando
    nos ares certos do tempo
    até não se sabe quando...
    - e um dia me acabarei.

    (Cecília Meireles)

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  5. Obrigadíssimo Maria. Feliz Natal para você e seus familiares.

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