domingo, 6 de maio de 2012

Morte

Com esses dentinhos de crocodilo e olhos de serpente
és uma bruxa de beijo fatal e beijas toda a gente
tão amorosa…numa manhã qualquer ou tarde
ou noite reclamas o pão com que te alimentas e ardes

com que gemidos com que queixumes com que lamentos
danças e ris e gozas como um pássaro de rapina ao vento
ergues altares de devoção com flores sem caule, mortas
como gostas, e no silêncio uma égua a relinchar absorta

com que cavalos riscas o tempo e que drogas andas
a tomar? Grande turista de terra e mar e não te cansas
não te mói o trabalho comes o corpo e sorves a alma
ó Negra és um estado, uma nação de vermelho e calma

lambes o sangue, o plasma e os glóbulos, incansável
mãe da nova estirpe dos olhos vazios e abominável
creio que o teu problema deve ser falta de amizade!
ciúmes talvez… da vida, do prazer do riso, da possibilidade

Criatura bizarra!  beijar a Humanidade é o teu plano…
por favor não me faças um like nos próximos 50 anos!

MariaJB

2 comentários:

  1. Fui longe com este poema,
    tentando desvendar quem seria
    o ser de olhos de serpente.
    Acho então que descobri...
    Serpente é todo aquele
    que tenta te sucumbir.

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  2. Jéssica

    Achei interessante a sua interpretação mas não é essa a mensagem do poema, ou pelo menos a que eu quis transmitir. Refiro-me somente à morte nada mais. Mas a poesia é uma forma de expressão muito rica de sentimentos, sensações, imaginação o que nos permite a possibilidade de fazermos leituras por vezes diferentes da verdadeira intenção do autor.
    Obrigada

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